Wednesday, September 21, 2011

Efeito Leila Lopes

Embrulhado pela Ressaca do fim-de-semana “rijo”, e ainda sob a atmosfera festiva que me foi proporcionada pela realização do concurso Miss Angola na África do Sul, datado de 9 de Setembro de 2011 (sexta-feira), aproveitei o dia 12 (segunda-feira) para relaxar, almoçar com amigos e acompanhar os ensaios dos jovens que iriam representar Angola no Quinto Festival Internacional de Cultura (Internacional Culture Festival) da Universidade de Joanesburgo (University of Johannesburg). 
Aproveitei também para descansar e dormir cedo, de maneiras a recompor as forças de que muito necessitaria no dia seguinte. Se bem que quase que não resultou. 
 na terça-feira, fui literalmente acordado por uma boa notícia; a nova Miss Universo era a candidata Angolana Leila Lopes, a menina de Benguela. Mas como o cansaço ainda reinava um pouco, não me apercebi da magnitude da informação recebida, nem dos possíveis efeitos que a mesma poderia vir a causar então me deixei ficar mais umas horitas na cama. 
Após me levantar e sair para a rua reflecti sobre a notícia e comecei  a ver alguns efeitos da mesma, os mais visíveis eram a alegria e os sorrisos estampados no rosto da comunidade Angolana em Joanesburgo, e o aprumo “ descomum” com que as raparigas angolanas se apresentavam. Outro facto notável que não me passou despercebido foi a “gabarolice” muito bem feita por nós os angolanos as outras comunidades (Congolesa, Nigeriana, Moçambicana, sul-africana e por ai fora) 
Como  tinha factos constatados, e me encontrava de muito bom humor nem sequer me dei o trabalho de cogitar o quão difícil seria ter que “chachar”uma angolana depois da conquista da Leila, preferi mbora consultar o meu “sabe tudo” (Facebook) para me informar de como a notícia foi recebida em outras paragens, e então notei que os outros Mangurras (na banda e noutras diásporas) também estavam sobe o “Efeito Leila Lopes”. O que era bom. 
Reparei também que tudo e todos postavam mensagens de apoio e solidariedade para com a Leila devido a sua eleição, umas mensagens até eram engraçadas e um pouco descontextualizadas, mas enfim! Foi  que me lembrei que as pessoas que a felicitavam eram as mesmas que  meses atrás haviam-na criticado por supostamente não ter sabido representar a cultura angolana e ter dado “bandeiras” num Talk show (programa do Jô) da rede de televisão brasileira TV Globo. 
Mas isso não era “porrada”, até porque nas redes sociais como o facebook são democráticas, e as pessoas são livres de exprimirem as suas ideias e opiniões com base no respeito a pessoa/personalidade alheia. O problema é que muitas dessas pessoas diziam que desde o princípio deram forças a Leila e sempre acreditaram que ela pudesse chegar aonde chegou. Mas como então? Que acreditar é esse? Se essas mesmas pessoas nem sequer sabiam da data e do local de realização do concurso, e pelos vistos no momento da coroação da Leila deviam estar a dormir como eu (senão teriam postado mensagens de apoio antes e logo apôs a sua coroação) 
Se dar força é assim deixa estar . Se alguém realmente quisesse apoiar postaria suas mensagens antes da realização do concurso para que o mundo soubesse que da maneira que podíamos nós os angolanos estávamos na retaguarda a torcer pela “nossa”Leila. 
Não adianta estar aqui a tentar aparecer numa festa que não ajudamos a organizar e  porque a mesma está boa e bem organizada dizer que ela também é nossa. Podemos sim felicitar a Leila, festejar com ela, mas não vamos estar aqui a lhe (nem nos) mentir(mos) que desde o princípio estivemos com ela. Vamos mazé respeitar o que é alheio (o título da Leila), e para a próxima vamos apoiar e valorizar mais o que é nosso (Leilas, Sayovos, Pepetelas, Fayas, Djamas, Cabo Snoops, Paul Gs e outros mais) 
Epá, mas como o mal  está feito,  nos resta  aproveitarmos da alegria que a Leila nos proporcionou, para levantarmos a auto-estima do povo angolano, para afastarmos alguns fantasmas e algumas frustrações das nossas mentes, para lembrarmo-nos que o angolano é um povo capaz e aprendermos que somos mais capazes ainda quando estamos unidos. Vamos aproveitar também e convocar a Selecção Nacional da Farra para nos ajudar a festejar em grande porque a Leila merece. Mas o mais importante; vamos aprender com os “Efeitos Leila Lopes”, porque é disso que precisamos. 

Bem  haja Miss Universo 

By Hamilton Weza 

Thursday, September 1, 2011

Na banda cuia!




Na banda Cuia Ya!

Na banda cuia sentir aquele calor insuportável, respirar aquele ar abafado, aguentar aquele engarrafamento chato, demorar 2 horas pra sair do São Paulo para o primeiro de Maio. Na banda cuia vender piteu, lavar carro, e urinar na rua.

Na banda cuia não ter luz, não ter agua, viver no predio que não tem elevador, mas cuia mais fazer gato, ter tanque de água e vender água nos vizinhos, ver os moradores dos predios a deitarem o lixo janela afora, porque tem preguiça de descer para despejar no contentor.

Na banda cuia ver prédios a cairem, as ruas todas mal – conservadas, estradas esburacadas, passeios mal calcetados, mas na banda tipo cuia mais quando chove.

Na banda cuia ver os fiscais a darem corrida nos zungueiros, a lhes receberem as mercadorias, e depois fazer as pessoas se perguntarem aonde é que as mesmas vão.

Na banda cuia ver os mais-velhos a chamarem os jovens desempregados de kunanga, e saber que os Kotas nada fazem para mudar essa situação.

Na banda cuia ouvir os Kotas a reclamarem que os jovens estão a beber muito, mas saber que eles também não ficam atrás, na banda Cuia ter sempre uma vizinha que vende birra.

Na banda cuia ver os mais-velhos a pegar as “ nossas catorzinhas” e como cuia, cuia ser mais-velho rapio, gabiru”.  Mas na banda tipo cuia mais ver os Pais a fazerem Kumbu” com os Pedidos das filhas.

Na banda cuia ser chefe e namorar com a subordinada, cuia ter duas ou mais mulheres e ainda por cima algumas namoradas.

Na banda cuia engravidar e depois falar que o filho não é teu.


Na banda cuia ver os professores a fazerem alunos burros passarem no final de ano, em troca de dinheiro, para as panelas lá em casa não assubiarem. Na banda cuia dar gasosa no policia.

Na banda cuia saber que se não tens cunha estas F*d*d*,  mas também cuia saber que tudo por nada é razão de negocio, na banda cuia ter micha, comissao, ter “tua parte”, fazer Kilapi, aguentar os outros, se armar em VIVO.

Na banda cuia saber que os coveiros roubam caixão, cuia ir "patar" nos obitos, combas e missas, mas cuia comparar qual é o óbito que bateu mais.


Na banda cuia saber que os jovens não gostam da escola, que poucos tem o hábito de leitura, e que as raras bibiliotecas existentes são pouco frequentadas.

Na banda cuia não saber ler, escrever mal, e escrever “ mbora “ como se fala

Na banda cuia comprar mota para ir se mostrar nas miúdas dos colégios, e também para facilitar os roubos, e as entregas de drogas.

 Na banda cuia beber a torta e a direita, se meter em confusão, formar grupo, roubar, assaltar, lutar e matar.

Na banda cuia desafiar de quem bebe mais, quem veste mais e quem tchila mais, na banda tambem cuia ir para a discoteca e ser barrado pelo porteiro porque o mesmo quer aparecer.

Na banda cuia sair do jango veleiro la pras 3 da manha, bem grosso e ir parar no hoji-ya-henda a procura de Kabrite. Na banda cuia chegar atrasado nos encontros, bodas e outros convívios.

Na banda cuia ver todos na luta para comprar convites dessas festas de fim de ano na ilha, também cuia saber que 2 dias antes da festa os convites ja custam 400usd, mas cuia mais saber que ainda corres o risco de não conseguir o convite porque não és “laton”.

Na banda cuia ir de ferias e ver que quase nada mudou

Na banda cuia estar no trabalho e ter tempo pa txilar no facebook, msn, twitter, bandoo e estar a ler essas tolices que eu escrevo aqui.

Na banda cuia se gabar que o meu pai é o fulano (quando é) e mentir que é o beltrano (quando não é), mas também cuia fingir que tens kumbu, e que vives a La Garde”.

Na banda tudo cuia, e até o que não cuia também já cuia.
Na banda cuia só por ser na banda

Na banda cuia Ya
By Hamilton Weza