Thursday, October 20, 2011

Arco- Íris

                                             

Aquando da realização do 17º Festival da Juventude e Estudantes, datado de 13 á 23 de Dezembro de 2010, na cidade de Tshwane( Pretoria) África do Sul, estava eu numa loja com um amigo artista e apreciador das artes. Tinha-mo-nos aproveitado de um intervalo entre as actividades para sair, comer algo e fazer umas compras. 

Como pai atencioso que é,  meu “ kamba” não “mayou” e aproveitou a oportunidade para comprar umas bonecas para as suas filhas, atento que sou reparei que as bonecas que o mesmo escolhia  eram “ blacks” (negras), e perguntei-lhe o porquê. Ele replicou que era para que as suas filhas crescessem com orgulho de serem negras, e que um dia quando já crescidas não se sentissem inferiores as raparigas brancas. A princípio não liguei muito a resposta, mas após alguns minutos viajei pelas minhas memórias da infância e lembrei que naquela altura  as bonecas ( barbies que eram as que batiam na época )  das minhas irmãs eram todas brancas, e que as poucas bonecas negras que as mesmas tinham eram feitas de panos, ou eram gordas e “malaikes”. Também reparei que os meus heróis dos desenhos animados(super-homem, Homem Pássaro, Batman, Homem-aranha) eram todos brancos. 

Outra cena  que também me intrigou é o facto  de que naquela fase os filmes de acção que eu assistia os “ Artistas” (Personagens Principais) eram sempre brancos, salvo o erro de casos em que eram vários artistas ou um grupo de artistas em que teria um ou outro negro ( que também não era o principal), e que muitas das vezes morria ou fazia algo estúpido que pusesse ele e o resto do grupo em perigo. Então reflecti que foram essas situações que quando criança um dia também despertaram em mim a vontade de ser branco. Vontade essa que me passou rápido. Me passou mesmo rápido graças a intervenção de duas personalidades; O Washinho e a Maricota, e importa aqui explicar como e porquê. 

O Washinho na qualidade de irmão mais velho e apercebendo-se da minha preocupação em querer ser branco, abordou-me dizendo que havia se empenhado  em  pesquisas, e que já tinha  uma  “solução” para o meu problema, mas que como “bom cientista “ que era, o seu trabalho deveria ser recompensado mediante um prévio pagamento. Afinal de contas o que é bom custa caro. Sem reclamações, corri até ao quarto, vasculhei  o meu cofre e tirei todas as poupanças ( trocos que andei a “ aguentar” durante a semana, e uns kwanzitas que um ou outro tio andou a dar), após a recolha das verbas e feito o pagamento foi-me dada a “ fórmula mágica” ; Cobrir-se todo em pasta de dentes e ficar pelo menos duas horas sob o sol ardente. 

Sem mais demoras assaltei a despensa e tirei a maior quantidade de pasta de dentes que pude e cobri o corpo todo e me expus ao sol conforme o “ Doutor Washinho” orientará. Afinal de contas ele ESTUDOU.  Passado dez minutos, vejo a Maricota a aproximar-se, Hum.... mô azar,quem me mandou? Ágil e rápida como só ela consegue ser, em menos de cinco segundos a Maricota transformou uma distância de aproximadamente 15 metros a uns míseros milímetros. Definitivamente eu estava “ paiado”, começaram a chover “galhetas”,e  decorridos 5 minutos de peleja consegui escapar, Uhf...  corri o máximo que pude e para o local mais distante possível, só sei que a tontura era tanta que já nem me lembro para aonde fui.     

E foi ai que comecei a questionar a minha “necessidade” de ser branco e a considerar que na vida poderia  alcançar tudo o que quisesse mesmo sendo negro. Porquê? Porque aguentar cinco  minutos de pancada da Maricota e conseguir escapar era coisa que nem os RAMBOs, VANDAMMEs  e COMANDOs (brancos, adultos e musculados) conseguiriam fazer. Sério, sobreviver as “bofas” da Maricota era maior proeza do que essas que os artistas faziam nos filmes. A Maricota era o tipo de pessoa que se tivesse que fazer o papel de bandido(a) num filme o artista morreria no fim.     

Definitivamente o  Washinho e a Maricota  (directa ou indirectamente) tiveram a sua influência na minha decisão de deixar de ser “pula” , mas foram o tempo, a vida e as conquistas de pessoas  de varias cores( entenda-se raça)  que me ajudaram a compreender que são a vontade, a disciplina e determinação que de certa forma ditam o nosso futuro. 

A vida me ensinou que não apenas um grupo racial está predestinado ao sucesso.E o tempo também me ensinou que facilidades, dificuldades, alegrias e tristesas encontraremos neste arduo percurso que é a vida independentemente da nossa raça ou cultura

Por isso não importa se  és preto, branco, amarelo, vermelho ou castanho, o que importa é que fizemos todos parte deste arco-íris que é a raça humana!!!!






By Hamilton Weza

Monday, October 3, 2011



Valor Vs Preço



Em pleno Março- Mulher, um amigo filósofo (estudioso e assuntoso) escreveu no seu update do facebook a seguinte pergunta: “Darias uma bofetada na face da tua mãe por duzentos milhões de dolares?”

Assim que me deparei com o update concluí que das duas umas; ou o "polemicoso" do meu kamba queria apenas ter vários comentários no seu wall, ou queria realmente saber até aonde é que os seus amigos seriam capazes de chegar por duzentos milhões de $. Afinal de contas ele Estudou.


Como "Maka" me faz bem, não hesitei e fui rapidamente ler o que os outros "facebookeiros"  haviam postado, para posteriormente deixar também o meu comentário. Para meu espanto deparei-me com uma orgia de comentários, orgia mesmo. Porque até onde eu tinha lido nehuma das pessoas que comentou levou em consideração o quão importante é uma mãe na vida dos seus filhos, e pela dureza dos comentários cheguei até a acreditar que se no facebook tivesse a opção de leilão, de certeza que muitos que ali comentaram não hesitariam em usa-lá para venderem as suas proprias mães.


Notei que a ambição e a ganância falaram mais alto que o respeito e a dignidade, e em pleno mês das mulheres dezenas de mães foram “facebookalmente” (virtualmente) galhetadas!

 Após ler os comentários, pus-me a confabular comigo mesmo, viajei pelas minhas memórias da infância, e notei que estava-se a vender mães por muito pouco, e foi então que reflecti sobre dois conceitos, conceitos estes que nas aulas de Economia já tive algumas dificuldades em diferenciá-los; Valor e Preço.

Então compreendi que valor ( ou valor real) é a utilidade ou proveito que podemos tirar de um determinado bem ou pessoa, ou seja o valor exprime uma relacção entre as necessidades do indivíduo( fisiológicas, psicológicas etc) e a capacidade das coisas e de seus derivados, objetos ou serviços em as satisfazer. E preço é o valor monetário expresso numericamente que se associa a um determinado bem, mercadoria ou serviço.


Importa aqui também enfatizar que o preço varia em função (ou depende) do valor! Logo uma coisa (ou pessoa) em que não se sabe ou não se é possivel calcular o seu valor real torna-se difícil ou mesmo impossível definir-se o seu preço

  no caso das nossas mães, devido a uncalculabilidade do valor que as mesmas têm nas nossas vidas, e do respeito e honra que à elas devemos, é incompressível e até absurdo darmos-lhes um preço ( 200 milhões USD)

Séra que o amor que elas sentem e todos os esforços e sacrificíos que elas já fizeram por nós também só custa 200 milhões $?


É importante que nós os jovens usemos mais as nossas as cabeças, porque por vezes nos esquecemos que ressuscitando o nosso passado protegemos o nosso futuro, porque é o mesmo (passado) que muito define o futuro, e que não existe passado sem mãe, porque foi dentro dela em que tudo começou . Então valorizemos e preservemos as nossas mães para que tenhamos um futuro brilhante.


Nunca é tarde também lembrar que em nós, as mães encontram algo que lhes da força de viver, lutar e seguir em frente, algo que estariam disposta a morrer por. E que elas estaram sempre ai para
nós sempre que precisarmos  porque a alegria delas vive na nossa felicidade e sucesso. 

As nossas mães  quererem querem ser como os faróis que guiam os navios da nossa felicidade, para elas tambem somos como sonhos coloridos que voam pelos caminhos do mundo, e para nós elas deviam ser o mesmo!





//Mãe é uma daquelas coisas que nem o dinheiro compra.
Tenho dito//



By Hamilton Weza